sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Livro: O Rei de Amarelo

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Livro: O Rei de Amarelo 
Autor: Robert W. Chambers 
Editora: Intrínseca 
Páginas: 256 

O livro foi escrito em meados do século XIX por Robert Chambers e desde então tem servido inspiração para diversos, e conhecidos, autores como H.P. Lovecraft, Neil Gaiman, Stephen King. Além de recentemente ter sido citado, e de certa forma incluído, na série True Detective, da HBO. 
O Rei de Amarelo consiste em uma coletânea de  dez contos que variam entre o sobrenatural e a realidade natural.  O título O Rei de Amarelo faz menção a um livro - uma peça teatral - que existe e é citado em quatro contos: "O reparador de reputações", "A máscara", "No Pátio do Dragão" e "O emblema Amarelo"; que fazem jus ao título do livro. São exatamente o que se espera do Rei de Amarelo.  A peça é considerada amaldiçoada e leva aqueles que arriscam lê-la à loucura, alguns mesmo tendo conhecimento sobre a reputação da peça, são seduzidos pelo caráter único e místico da obra.
Os primeiros contos contém uma carga de terror psicológico mais assertiva para aqueles que leem o livro buscando este gênero, a maneira como o livro/peça é introduzido em cada conto é intrigante, atrativa, os rumos que os contos levam fluem aceitavelmente de maneira que intriga a mente do leitor e o prende a leitura sem intervalos. Às vezes é necessário repensar, ou até mesmo reler, e nem todos os mistérios são desvendados com o findar do conto, não chega a ser frustrante, porém talvez alguns leitores se sintam insaciados com desfechos aparentemente incompletos. 
A mitologia amarela não é explicada detalhe por detalhe, é apresentada parcial e vagamente, o foco dos contos é a reação, loucura, dos que optam por ler a peça. E a peça em si é um mistério indesvendável.
Os contos variam e o clima de terror/suspense são deixados em segundo plano nos contos que seguem, pois são mais leves cada um tem sua pequena carga de suspense, entretanto são mais romantizados, ambientados em Paris relatam basicamente costumes da época. 
Após o quarto conto, que é o último que a peça é citada, confesso que para mim a leitura se tornou exaustiva. Alguns textos dos contos que seguem são extensos e detalhistas sem muita necessidade. Isso não os torna ruins, entretanto são cansativos pela dimensão, aparentemente desnecessária, do texto. Talvez eu não estivesse pronta para um livro com contos de gênero diversificado, pois eu esperava que o horror estivesse presente em todos os contos. 
Conheci a mitologia amarela após assisti True Detective, e li o livro após ver a série e isso me permitiu fazer conexões entre os dois. Mas aconselho, se você tiver a oportunidade, fazer a ordem inversa: primeiro livro, depois série. Assim a base será mais aproveitada para compreensão de alguns pontos altos da série.
A diagramação do livro é bonita. Um tanto clássica. O livro tem notas em todos os capítulos para que o leitor possa compreender o conteúdo da melhor forma possível. E ajuda bastante, pois há algumas citações em francês que para quem não tem fluência no idioma talvez atrapalhasse um pouco a compreensão de alguns pontos importantes.
Rei de Amarelo tem um peso de responsabilidade de clássico sobre ele pois, como dito anteriormente, influenciou importantes autores do gênero. Logo, para os fãs do gênero é mais que recomendado, clássicos sempre são.  

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Livro: Eu Sou o Mensageiro

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Livro: Eu sou o mensageiro
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Páginas: 320


Em Eu sou o mensageiro nos é apresentado Ed Kennedy. Ed leva uma vida um tanto tediosa e aparentemente não está nem aí pra nada. Divide o apartamento alugado com seu cachorro atencioso e fedorento – Porteiro, com o qual Ed também divide o vicio em café. Resumidamente: 19 anos; taxista; jogador de cartas; friendzone; e só.
Até que um dia, meio sem querer e sem pensar bem, Ed impede um assalto a um banco. Como de costume, vira o foco da mídia local por alguns dias, pra depois perceber que seu ato desencadearia uma série de eventos que mudariam a vida dele para sempre.
Pouco depois de se tornar notícia Ed recebe sua primeira carta com três endereços. Sem saber o porquê, mas tomado pelo mistério e desafio que a carta contém, resolve checar os endereços e acaba por descobri o papel que lhe foi atribuído. Descobre que pode fazer algo para ajudar cada pessoa em cada endereço e é tomado pelo desejo de querer fazer a diferença na vida daquelas pessoas que alguém colocou em seu caminho.
Mas a primeira carta não foi a única e Ed passa a receber uma sequência de ases, paus, espadas, copas. Cada uma contendo alguma forma de ele chegar a alguém que precise ser motivado de algum jeito.
Mas entre uma carta e outra, Ed passa a se questionar quem está por trás do envio das cartas e por que justamente ele foi escolhido para transmitir as mensagens.
Eu sou o mensageiro é um livro tocante e sincero. Obviamente tem bastante conteúdo sobre solidariedade, mas não para por aí, é também um livro sobre como pequenos gestos podem fazer uma pessoa crescer, sobre como a mudança acontece sem nós nem nos darmos conta de que estamos mudando.
É um livro bonito. É uma história a ser lembrada. E talvez seja uma história que todos podemos e devemos vivê-la, a nossa maneira, todo dia. Acho que livros assim são escritos para nos tornar pessoas melhores, às vezes não adianta apenas ler e admirar, precisamos tentar algo. Também podemos ser mensageiros. As vezes só precisamos olhas para as pessoas e tentar não vê-las apenas como estranhos.


"Ás vezes as pessoas são bonitas. 
Não pela aparência física. 
Nem pelo o que dizem. 
Só pelo o que são."

Pág. 199, um momento de beleza

sábado, 21 de novembro de 2015

Livro: Senhor das Moscas

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Livro: Senhor das Moscas
Autor: William Golding
Editora: Alfaguara
Páginas: 224


"As regras!" Gritou Ralph. "Você está desobedecendo as regras!"
"Estou pouco ligando!"
Ralph fez o possível para manter a calma.
"Mas sem regras a gente não tem nada!"
Só que o Jack gritava mais com ele.
"Que se danem as regras! A gente é forte – e caça! (...)"

Pág. 101 , o monstro da água


O Senhor das Moscas narra a chegada de um grupo de crianças a uma ilha deserta após a queda de um avião que os estava levando para longe dos horrores da guerra. Sem nenhum adulto sobrevivente para acolhe-los, acalma-los ou liderá-los nesse lugar desconhecido.
A princípio eles olham para a ilha e a veem apenas como um lugar para diversão. Porém, quando eles começam a se dar conta da realidade que os cercam, começam a tentar organizar as coisas da forma que acham melhor, criando suas próprias regras e condutas, muitas vezes baseados no que acham que os adultos fariam se estivessem em igual situação.
Alguns personagens recebem maior destaque na narração. Ralph é um dos primeiros a aparecer, logo no inicio ele acha uma concha, que se torna um objeto que simboliza a democracia na ilha. Quando ele sopra a concha os outros sabem que devem ir, foi assim que a primeira reunião foi convocada, as demais crianças atendem ao chamado da concha. Se alguém, mais especificamente o Ralph, a toca, significa que estão sendo convocados. Na primeira reunião o Ralph é eleito líder do grupo escolhido pela maioria, logo, ele sente a necessidade de começar a pré-estabelecer regras para tentar manter a ordem na ilha, uma delas é que se alguém estiver segurando a concha durante uma reunião, todos devem parar para ouvir; também é estabelecido que uma fogueira deve sempre ser mantida acesa no lugar mais alto da ilha, para que se algum navio passar perto poder ver o sinal de fumaça. E no decorrer do livro regras, que o Ralph acha serem melhor para todos, são estabelecidas de acordo com a necessidade do momento.
Também nos é apresentados personagens como Porquinho, Jack e Simon. Porquinho é o primeiro a encontrar com Ralph; gordinho, míope, com asma e problemas de autoestima se torna o alvo de criticas e violência de muitos, mesmo, sempre estando com a razão. Porquinho sem dúvida é o mais lógico e inteligente do grupo, porém é desprezado, mas a longo prazo todos sabem que sua opinião é a que mais vale no final das contas. Jack é a oposição, quer demonstrar força acima de tudo, e não respeita a liderança de Ralph diversas vezes, a primeira vez que é visto na praia é com seus "seguidores" em aparente formação militar, obedecendo-o e imitando-o em suas ações. Jack acha que Ralph foi eleito líder equivocadamente, e sempre o confronta em decisões.
A história segue-se em como os meninos tentam se organizar sem a presença de nenhuma autoridade para regê-los. É perceptível ao longo da história todo esforço da Ralph para tentar criar uma vida social na ilha enquanto esperam o resgate, incerto, chegar; porém, o esforço é em vão, pois fica bem claro na narrativa que a maioria dos meninos escolhem a Barbárie ao invés da tentativa de se manterem civilizados.


O Ralph é a personificação da democracia, porém é necessário saber administra-la, pois quando dada ao povo em excesso torna-se anarquia, e é o que acontece na ilha, nas reuniões especificadamente, quando a concha começa a passar de mão em mão e todos expressam suas opiniões e medos confundindo a mente dos demais, principalmente dos mais novos que são levados pela maioria. Eles não tem discernimento o suficiente para entender algumas coisas, então suas reações são apenas reflexos das reações dos mais velhos. O Ralph é a espécie de líder nato que conhecemos, ele inspira confiança nos demais e esse foi o principal motivo de ter sido eleito.
O Jack entretanto é totalmente o oposto, sempre se impõe usando a força e oferecendo uma falsa liberdade total a todos, para ele não há limites, desde que todos o obedeçam.
Na ilha não há autoridade, nenhuma instituição ou deus. É intocada. Contudo as crianças que lá chegam, já vêm com uma carga cultural e tentam reproduzir na ilha aquilo que elas acham que os adultos fariam se estivessem ali. Logo, é visto de forma sutil um pouco de ironia. Pois as crianças tentam se comportar como adultos e fica claro que em muitas situações os adultos se comportam como crianças. Elas reproduzem o comportamento humano diante de situações diversificadas. Eles não eram nem de todo bons ou maus em suas essências, porém as circunstâncias fizeram despertar o mal inconsciente que havia em cada um. Em alguns mais que outros. Durante todo o livro eles são crianças, são descritos como crianças e sabem que são apenas isso. Mas, nós leitores, acompanhamos a perda da inocência de cada um, e como a violência acompanhada da anarquia emerge com facilidade quando acha-se que o perigo é eminente.


Há um elemento místico inserido na história: a ideia de um Monstro. Citado inicialmente pelos meninos menores, os maiores acham que é apenas o medo se personificando na mente dos pequenos, porém há momentos no livro que todos chegam a ver a tal figura.
Em determinado momento o Jack vê a oportunidade de usar a ideia de monstro para manipular os outros a passarem para o "seu lado". Assim, após caçar um porco/javali, corta a cabeça do animal a enfia em uma lança e finca a lança na suposta caverna onde o monstro deveria habitar. Então, o Senhor das Moscas, Belzebu ou Baal-Zeboub, é justamente a cabeça do porco que é colocada em oferenda ao monstro em uma espécie de ritual no qual os meninos fazem a oferenda para que o dito monstro não os persiga mais.


Um dos temas centrais do livro é a natureza do mal, personificado pelo Senhor das Moscas. O Simon é o único que, em uma parte fantástica, consegue dialogar com a cabeça do porco e chega até a ser misticamente ser engolido por ela. Ele também é o primeiro a afirmar que provavelmente não há nenhum monstro na ilha, apenas eles mesmo. E com isso subentende-se que era óbvio que o instinto pela sobrevivência faria a maldade dentro deles se tornar superior a bondade.


A história é complexa e completa em analogias, porém a forma como foi escrita a torna totalmente compreensível independente dos conhecimentos do leitor sobre outros temas, e de certa forma a narração acaba por instigar a curiosidade sobre várias ideias presentes na trama.
O Senhor das Moscas é uma história forte, que trata de conflitos sociais, regressão ao instinto da natureza que faz alguns personagens agirem selvagemente e como consequência de diversos fatores a morte de inocentes. Também trata sobre o mal presente no nosso inconsciente e sinaliza para não nos deixarmos ser controlados por ele. Talvez o mal e a barbárie estejam presentes em todos, mas é necessário a busca pelo equilíbrio entre a natureza e a cultura. É impossível ver a exata transição de quando o inconsciente passar a se tornar ações, porém algumas coisas são facultativas independente da situação vivente e isso fica claro no romance de Golding, pois ele consegue mostrar os dois lado, ele consegue mostrar que sempre haverá a escolha e que é preciso respaldo para que as nossas ações não nos façam regredir a condições primitivas.


“As noções do bem e do mal, de justiça e de injustiça, não podem ter lugar aí. Onde não há poder comum não há lei. Onde não há lei não há injustiça. Na guerra, a força e a fraude são as duas virtudes principais. A justiça e a injustiça não fazem parte das faculdades do corpo ou do espírito. Outra consequência da mesma condição é que não há propriedade, domínio, distinção entre o meu e o teu. Pertence a cada homem somente aquilo que ele é capaz de conseguir, e apenas enquanto for capaz de conservá-lo. É esta a miserável condição em que o homem realmente se encontra, por obra da simples natureza”. - Thomas Hobbes

domingo, 11 de outubro de 2015

Livro: A Narrativa de Arthur Gordon Pym

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Livro: A Narrativa de A. Gordon Pym
Autor: Edgar Allan Poe
Editora: Cosac Naify
Páginas: 320


"São raras as ocasiões em que um homem abandona seu instinto natural de preservação da vida, seu profundo afeto pela existência, que geralmente aumenta na mesma proporção do perigo que a ameaça".


Athur Gordon Pym nasceu e viveu na ilha de Nantucket, famosa por seu porto e temporada de caça as baleias. Seu melhor amigo, Augustus Barnard, é filho do capitão de um navio baleeiro. Certo dia, após se embriagarem, sem pensar os dois põem-se a navegar, e o clima que inicialmente aparentava estar ameno torna-se uma agitada tempestade. Eis a primeira desventura que põe o controle da sobrevivência de ambos nas mãos de Pym, que assume o controle do veleiro para tentar salvar a sua vida e a de seu amigo.
Porém, este pequeno incidente não o faz abdicar sua decisão de buscar uma aventura em alto mar. Logo surge a oportunidade de navegar novamente, quando Augustus arquiteta um plano de ir para alto mar juntamente com o navio comandado por seu pai. A ideia é que Pym iniciaria a viagem como um clandestino escondido no porão do navio, e somente quando este estivesse longe o suficiente da terra firme para não pensarem em voltar, Pym se revelaria e eles prosseguiriam sua aventura em mar aberto.
Contudo as coisas não saem como planejado, o navio saí totalmente de controle, motins são organizados a bordo, tempestades violentas são constantes, e tudo se descontrola diante dos acontecimentos que se sucedem. O desespero pela esperança de um resgate e o instinto de preservação de suas vidas os levam a fazer coisas inimagináveis anteriormente. O que deveria ser apenas uma aventura se torna uma tragédia de proporção gigantesca na vida de Arthur Gordon Pym.



No início nos é apresentada uma narrativa que sem nenhum esforço prende a atenção do leitor em meio a tantas desventuras que se sucedem na vida do protagonista – Arthur Gordon Pym.
Os primeiros capítulos são empolgantes apesar dos horrores e da carnificina presentes, que olhando por um ângulo sincero é o que prende tanto a atenção do leitor. A narrativa flui e a leitura segue de forma intrigante, as perguntas que surgem na mente sobre qual será o próximo infortúnio que o protagonista sofrerá passam a ser mais constantes. Em alguns momentos chega a ser confuso e claustrofóbico, porém ao mesmo tempo fantástico e de uma inteligência aguçada. Contudo acredito que são exatamente as emoções que o autor queria transmitir quando escreveu.
Entretanto, quase no final, com a aparição do barco/navio/escuna "Jane Guy", confesso que, para mim, a leitura passou a se tornar um pouco exaustiva, apenas retornando as proporções iniciais com a chegada deles a ilha, posteriormente chamada de Tsalal.
O final é aberto, dando asas a imaginação sobre o que de fato acontece, ou não, após toda desventura que foram os últimos meses de A. Gordon Pym.

sábado, 15 de agosto de 2015

Livro: O Hobbit

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Livro: Hobbit  
Autor: J. R. R. Tolkien 
Editora: WMF Martins Fontes 
Páginas: 320 



"Numa toca no chão vivia um hobbit. Não uma toca desagradável, suja e úmida, cheia de restos de minhocas e com cheiro de lodo; tampouco uma toca seca, vazia e arenosa, sem nada em que sentar ou comer: era a toca de um hobbit, e isso quer dizer conforto". 
Pág. 1, uma festa inesperada 

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Hobbit foi lançado inicialmente em 1937, sua primeira edição brasileira só foi publicada em 1976. Porém, boa literatura é atemporal. Independente de quando tempo se passe, sempre que alguém abrir a primeira página de O Hobbit a aventura começará. 
Conhecemos Bilbo Bolseiro, um hobbit do Condado e até então limitado às fronteiras de sua comunidade. Porém certa manhã recebe uma visita inusitada, Gandalf, um mago, aparece ao nosso pequeno hobbit e lhe faz um convite para uma aventura. Embora hobbits daquela parte do Condado sejam seres pacatos que adoram a tranquilidade que suas tocas lhes oferecem, Bilbo foi escolhido. O convite foi feito e uma festa marcada, em que, sem saber, o senhor Bolseiro receberia a visita de uma companhia de 13 anões, preparados para começarem uma jornada inesperada juntamente com ele. 
Os anõerevelam que têm como missão recuperar a Montanha que outrora foi o reino da família de Thorin, líder do grupo, que há muito foi invadida pelo temido dragão Smaug, o terrível. Desde então os anões tem vagado por terras distantes da sua, nunca deixando de sonhar com o dia que reavirão a Montanha e o tesouro perdidos há muito tempo.  



"Mas os homens se lembravam muito pouco disso tudo, embora alguns ainda cantassem velhas canções sobre os reis dos anões da Montanha, Thror e Thrain, da raça de Durin, e sobre a chegada do dragão e a queda de senhores de Valle. Alguns também cantavam que Thror e Thrain retornariam e então rios de ouro correriam através dos portões da Montanha, e toda aquela terra ficaria repleta de novas canções e novos risos. (...)" 
Pág. 187, uma acolhida calorosa 

Para isso, eles precisão de um ladrão, e é aí que Bilbo entra, para atuar como ladino do grupo e os ajudar a recuperar aquilo que é deles por direito. 
Então a aventura começa. Nossos pequenos heróis encontram um problema atrás do outro, se deparam com trollselfostroca-peles, mais elfos, aranhas, orcs e vários outros seres que eles nem imaginavam existir. Todavia sempre perseverante no objetivo de cumprir o que lhes foi auto-designado: reconquistar aquilo que lhes foi roubado há muito tempo atrás e livrar a Montanha da desolação de Smaug. 


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O livro e bem objetivo e leve. Não enrola a história, sempre vai direto ao ponto. É bastante descritivo e narrado em terceira pessoa, porém quase sempre na visão do Bilbo; quase, pois há um capítulo que o autor se permitiu deixar um pouco a visão do hobbit para nos dar detalhes mais amplos sobre o que estava acontecendo um pouco longe da vista do Sr. Bolseiro. 
No decorrer dos capítulos acompanhamos a coragem, audácia e crescimento que são impostos ao hobbit. Sempre pensando em sua toca, e em como poderia estar confortavelmente em casa ao invés de se aventurando por aí, porém sua perseverança em deixar esse pensamento de lado acaba por sempre livrar a pele de seus amigos. O Hobbit de uma maneira geral é um livro sobre companheirismo e lealdade. 
Sendo prelúdio da trilogia O Senhor dos Anéis conseguimos ligar vários pontos a esta, e sem se prolongar muito, sabemos como o Um Anel chegou a posse dos Bolseiros. 

Em pleno ano de 2015 é quase impossível falar do livro sem comentar sobre os três filmes referentes à adaptação cinematográfica dessa obra . 
Quando se é criado um universo tão grandioso e detalhado como o universo de J. R. R. Tolkien qualquer detalhe pode virar uma história a ser contada, são possibilidades infinitas, e foi justamente isso que buscaram nos filmes, exploraram cada detalhe possível, e quiseram fazer ligação direta com O Senhor dos Anéis. Algumas partes foram geniais. Outras desnecessárias.  
Alguns personagens foram inseridos, outros inventados. Mas, detalhes à parte, é uma trilogia longa, adaptada de um livro curto, contudo detalhista. Logo, inicialmente, pode ser dito que não havia necessidade de três filmes, mas com certeza a trilogia foi fruto de certa ambição comercial, e até mesmo muita fé, com base no sucesso da trilogia que vem após a esta. Frisa-se, portantosendo três filmes, cada um com por volta de três horas de duração, o final poderia ter tido um fechamento melhor com relação a alguns personagens. Apesar de tudo vale a pena assistir, todavia, como sempre, é melhor se entregar a leitura primeiro. 

Bom dia! - disse Bilbo, sinceramente. (...) - O que você quer dizer com isso? - perguntou ele. - Está me desejando um bom dia, ou quer dizer que o dia está bom, não importa que eu queira ou não, ou quer dizer que você se sente bem neste dia, ou que este é um dia para estar bem? - Tudo isso de uma vez - disse Bilbo. (...) 
Pág. 4, uma festa inesperada