domingo, 11 de outubro de 2015

Livro: A Narrativa de Arthur Gordon Pym

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Livro: A Narrativa de A. Gordon Pym
Autor: Edgar Allan Poe
Editora: Cosac Naify
Páginas: 320


"São raras as ocasiões em que um homem abandona seu instinto natural de preservação da vida, seu profundo afeto pela existência, que geralmente aumenta na mesma proporção do perigo que a ameaça".


Athur Gordon Pym nasceu e viveu na ilha de Nantucket, famosa por seu porto e temporada de caça as baleias. Seu melhor amigo, Augustus Barnard, é filho do capitão de um navio baleeiro. Certo dia, após se embriagarem, sem pensar os dois põem-se a navegar, e o clima que inicialmente aparentava estar ameno torna-se uma agitada tempestade. Eis a primeira desventura que põe o controle da sobrevivência de ambos nas mãos de Pym, que assume o controle do veleiro para tentar salvar a sua vida e a de seu amigo.
Porém, este pequeno incidente não o faz abdicar sua decisão de buscar uma aventura em alto mar. Logo surge a oportunidade de navegar novamente, quando Augustus arquiteta um plano de ir para alto mar juntamente com o navio comandado por seu pai. A ideia é que Pym iniciaria a viagem como um clandestino escondido no porão do navio, e somente quando este estivesse longe o suficiente da terra firme para não pensarem em voltar, Pym se revelaria e eles prosseguiriam sua aventura em mar aberto.
Contudo as coisas não saem como planejado, o navio saí totalmente de controle, motins são organizados a bordo, tempestades violentas são constantes, e tudo se descontrola diante dos acontecimentos que se sucedem. O desespero pela esperança de um resgate e o instinto de preservação de suas vidas os levam a fazer coisas inimagináveis anteriormente. O que deveria ser apenas uma aventura se torna uma tragédia de proporção gigantesca na vida de Arthur Gordon Pym.



No início nos é apresentada uma narrativa que sem nenhum esforço prende a atenção do leitor em meio a tantas desventuras que se sucedem na vida do protagonista – Arthur Gordon Pym.
Os primeiros capítulos são empolgantes apesar dos horrores e da carnificina presentes, que olhando por um ângulo sincero é o que prende tanto a atenção do leitor. A narrativa flui e a leitura segue de forma intrigante, as perguntas que surgem na mente sobre qual será o próximo infortúnio que o protagonista sofrerá passam a ser mais constantes. Em alguns momentos chega a ser confuso e claustrofóbico, porém ao mesmo tempo fantástico e de uma inteligência aguçada. Contudo acredito que são exatamente as emoções que o autor queria transmitir quando escreveu.
Entretanto, quase no final, com a aparição do barco/navio/escuna "Jane Guy", confesso que, para mim, a leitura passou a se tornar um pouco exaustiva, apenas retornando as proporções iniciais com a chegada deles a ilha, posteriormente chamada de Tsalal.
O final é aberto, dando asas a imaginação sobre o que de fato acontece, ou não, após toda desventura que foram os últimos meses de A. Gordon Pym.