Livro: O Hobbit
Autor: J. R. R. Tolkien
Editora: WMF Martins Fontes
Páginas: 320
"Numa toca no chão vivia um hobbit. Não uma toca desagradável, suja e úmida, cheia de restos de minhocas e com cheiro de lodo; tampouco uma toca seca, vazia e arenosa, sem nada em que sentar ou comer: era a toca de um hobbit, e isso quer dizer conforto".
Pág. 1, uma festa inesperada
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O Hobbit foi lançado inicialmente em 1937, sua primeira edição brasileira só foi publicada em 1976. Porém, boa literatura é atemporal. Independente de quando tempo se passe, sempre que alguém abrir a primeira página de O Hobbit a aventura começará.
Conhecemos Bilbo Bolseiro, um hobbit do Condado e até então limitado às fronteiras de sua comunidade. Porém certa manhã recebe uma visita inusitada, Gandalf, um mago, aparece ao nosso pequeno hobbit e lhe faz um convite para uma aventura. Embora hobbits daquela parte do Condado sejam seres pacatos que adoram a tranquilidade que suas tocas lhes oferecem, Bilbo foi escolhido. O convite foi feito e uma festa marcada, em que, sem saber, o senhor Bolseiro receberia a visita de uma companhia de 13 anões, preparados para começarem uma jornada inesperada juntamente com ele.
Os anões revelam que têm como missão recuperar a Montanha que outrora foi o reino da família de Thorin, líder do grupo, que há muito foi invadida pelo temido dragão Smaug, o terrível. Desde então os anões tem vagado por terras distantes da sua, nunca deixando de sonhar com o dia que reavirão a Montanha e o tesouro perdidos há muito tempo.
"Mas os homens se lembravam muito pouco disso tudo, embora alguns ainda cantassem velhas canções sobre os reis dos anões da Montanha, Thror e Thrain, da raça de Durin, e sobre a chegada do dragão e a queda de senhores de Valle. Alguns também cantavam que Thror e Thrain retornariam e então rios de ouro correriam através dos portões da Montanha, e toda aquela terra ficaria repleta de novas canções e novos risos. (...)"
Pág. 187, uma acolhida calorosa
Para isso, eles precisão de um ladrão, e é aí que Bilbo entra, para atuar como ladino do grupo e os ajudar a recuperar aquilo que é deles por direito.
Então a aventura começa. Nossos pequenos heróis encontram um problema atrás do outro, se deparam com trolls, elfos, troca-peles, mais elfos, aranhas, orcs e vários outros seres que eles nem imaginavam existir. Todavia sempre perseverante no objetivo de cumprir o que lhes foi auto-designado: reconquistar aquilo que lhes foi roubado há muito tempo atrás e livrar a Montanha da desolação de Smaug.
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O livro e bem objetivo e leve. Não enrola a história, sempre vai direto ao ponto. É bastante descritivo e narrado em terceira pessoa, porém quase sempre na visão do Bilbo; quase, pois há um capítulo que o autor se permitiu deixar um pouco a visão do hobbit para nos dar detalhes mais amplos sobre o que estava acontecendo um pouco longe da vista do Sr. Bolseiro.
No decorrer dos capítulos acompanhamos a coragem, audácia e crescimento que são impostos ao hobbit. Sempre pensando em sua toca, e em como poderia estar confortavelmente em casa ao invés de se aventurando por aí, porém sua perseverança em deixar esse pensamento de lado acaba por sempre livrar a pele de seus amigos. O Hobbit de uma maneira geral é um livro sobre companheirismo e lealdade.
Sendo prelúdio da trilogia O Senhor dos Anéis conseguimos ligar vários pontos a esta, e sem se prolongar muito, sabemos como o Um Anel chegou a posse dos Bolseiros.
Em pleno ano de 2015 é quase impossível falar do livro sem comentar sobre os três filmes referentes à adaptação cinematográfica dessa obra .
Quando se é criado um universo tão grandioso e detalhado como o universo de J. R. R. Tolkien qualquer detalhe pode virar uma história a ser contada, são possibilidades infinitas, e foi justamente isso que buscaram nos filmes, exploraram cada detalhe possível, e quiseram fazer ligação direta com O Senhor dos Anéis. Algumas partes foram geniais. Outras desnecessárias.
Alguns personagens foram inseridos, outros inventados. Mas, detalhes à parte, é uma trilogia longa, adaptada de um livro curto, contudo detalhista. Logo, inicialmente, pode ser dito que não havia necessidade de três filmes, mas com certeza a trilogia foi fruto de certa ambição comercial, e até mesmo muita fé, com base no sucesso da trilogia que vem após a esta. Frisa-se, portanto, sendo três filmes, cada um com por volta de três horas de duração, o final poderia ter tido um fechamento melhor com relação a alguns personagens. Apesar de tudo vale a pena assistir, todavia, como sempre, é melhor se entregar a leitura primeiro.
Bom dia! - disse Bilbo, sinceramente. (...) - O que você quer dizer com isso? - perguntou ele. - Está me desejando um bom dia, ou quer dizer que o dia está bom, não importa que eu queira ou não, ou quer dizer que você se sente bem neste dia, ou que este é um dia para estar bem? - Tudo isso de uma vez - disse Bilbo. (...)
Pág. 4, uma festa inesperada
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