sábado, 23 de junho de 2012

Livro: Delírio

Livro: Delírio (Livro #1)
Autora: Lauren Oliver
Editora: Intrínseca
Páginas: 352


Sinopse: Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos. Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas. Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura?.  

Poderia, talvez, descrever Delírio com uma única palavra: previsível.   
Porém, felizmente eu posso descrevê-lo com bem mais que uma palavra, logo, poderei tentar explicar o porquê, de certa maneira, eu me decepcionei com o livro que eu achei que iria gostar tanto. 

Fiquei com vontade de ler Delírio desde da primeira vez que o vi. Ele nem estava com previsão de lançamento aqui no Brasil ainda, cheguei até cogitar lê-lo em inglês, mas então, veio a boa noticía de que seria lançado aqui pela editora Intrínseca. Me animei no mesmo instante que soube, e após o lançamento, comprei o mais rápido que pude. Mas infelizmente, acabei me decepcionando com a estória.

Na distopia de Delírio os cientistas identificaram o amor como uma doença, na verdade, um dos piores maus da humanidade, e após um tempo de o classificarem como doença, acham a cura para o amor delíria nervosa, ou simplesmente amor. Após a cura ser descoberta todo cidadão, ao completar 18 anos, deve passar pela intervenção para receber a cura e finalmente poder ficar livre dos perigos que o amor  delíria nervosa pode trazer.

Agora, tente imaginar um lugar sem amor. Para mim é impossível imaginar um lugar onde o amor não existe, levando em consideração que o amor é o sentimento base de quase todos os outros sentimentos bons, e até mesmo alguns ruins, que sentimos. Em Delírio, vemos que uma sociedade sem amor se torna fria, desprovida de qualquer forma de expressão e obediente até a morte ao governo sem se questionar o motivo de ter de ser assim.

É difícil viver sem amor, e é mais difícil ainda viver cercado por pessoas que não sentem nada.

Delírio é, basicamente, o que você leu na sinopse. 

Acredito que o ponto alto da estória seja a sociedade que a Lauren Oliver criou. A ideia de governo que ela criou realmente funciona muito bem. A censura, toda limitação para que ninguém seja infectado parece ser quase impenetrável.  Porém apesar de todo cuidado do governo para livrar a sociedade da doença há simpatizantes - que são as pessoas que vivem na cidade, de certa forma infiltrados, e fingem concordar com as regras e aceitar a cura, e há os inválidos - que são os que não aceitaram o conceito do amor como doença e fugiram para florestas ou nasceram lá; se essas pessoas forem capturadas elas vão para prisão perpétua ou são mortas.

Dentro desta sociedade conhecemos a Lena, que tem 17 anos e conta os dias para sua intervenção, quando finalmente poderá viver sem precisar se preocupar com a doença. Lena mora com seus tios, pois seu pai morreu e só conheceu sua mãe no início de sua infância, pois apesar de sua mãe ter passado pela intervenção três vezes, não conseguiu ser curada e isso acabou a levando a morte. Por esse motivo Lena tem receio que ocorra algum problema com sua intervenção, e deseja ser curada logo. Lena tentar seguir a risca as regras do governo para que não aja nenhum problema na sua avaliação, ela tenta fazer tudo corretamente para tentar entrar em uma boa faculdade e ser pareada com alguém normal. (Apesar de o amor ser considerado doença, as pessoas ainda precisam se casar. Compreensível.) 

Porém, o inesperado (ou esperado mesmo) acontece, e Lena conhece Alex. (Bom, é de se imaginar que a partir do momento que o amor é considerado uma doença garotos e garotas (não curados) convivam separadamente, logo, Alex é o primeiro garoto que a Lena realmente conhece.) Não muito tempo depois deles se conhecerem de uma maneira um tanto esperada Lena descobre que esta apaixonada. E fim. O livro poderia acabar aí.

Sem exagero algum. O livro começa num ritmo até legal. E depois eu senti ele empacar no romance da Lena com o Alex. Ficou meio meloso e até chatinho. A partir daí minha leitura se tornou um pouco arrastada. Quando eu achava que aconteceria algo... não acontecia. E ficou assim por um tempo. Quando eu voltei a me empolgar com a leitura o livro acabou.

A sociedade criada é boa. Mas passei boa parte do livro sentindo que estava faltando algo que só encontrei no último capitulo. Algumas coisas foram tão previsíveis que eu estava começando a achar que tinha adquirido o dom da premonição. 

Mas não posso dizer que eu não gostei do livro. Eu até gostei. Mas acho que meu maior erro foi criar muitas expectativas. A estória é legal, mas só isso. Infelizmente para mim não foi nenhuma novidade. Não pude deixar de comparar muitas algumas coisas com Feios. Uma das coisas que eu mais gostei no livro foram as citações ao Shhh – Suma de hábitos, higiene e harmonia –  leitura obrigatória que esclarece e ressalta os perigos do amor deliria nervosa.

Em geral, a ideia do amor como uma doença é totalmente aceitável. Em algumas descrições no livro você para e pensa: "nossa, isso realmente parece uma doença". E apesar de ver bastante semelhanças com outras obras, não nego que a ideia foi até original. Mas para mim o que falhou mesmo foi o enredo. De qualquer forma, e apesar dos pesares, eu gostei do final, e quero ler Pandemonium, que é o segundo livro da, até agora, trilogia, e já está sendo divulgado nos EUA.

3 comentários:

  1. Depois de muito tempo vou começar essa leitura, mas eu precisava diminuir minhas expectativas com o livro. E, pelo visto, também vou compara com Feios (que eu amo loucamente), ou pode ser que isso me influencie a gostar. Não sei, mas também achei a ideia de amor como doença muito criativa.

    Bem, é ler pra ver né? ;)

    Beijitos

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  2. Nossa Káh, quando li a sinopse eu me animei totalmente, mas pela sua resenha fiquei meio receosa.. rsrs

    Mas gosto da sinceridade, eu também tenho esse problema de criar muita expectativa e depois achar o livro ruim, mas não é que ele é ruim, é só que não me atendeu.. rsrs acho que foi isso que aconteceu né?!!

    Mas a resenha ficou ótima, deu para sacar direitinho a história,

    Abraços
    Gabi

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  3. Estou super ansiosa pra ler esse livro, o enredo parece muito bom... Mas a sua resenha me deixou um pouquinho menos animada :s
    Muitos livro de distopia eu comparo com Feios, foi o primeiro que li nesse estilo e gostei, então é ele que eu tenho como "base"...

    Flor, será que você poderia mudar o banner de parceria? O blog está fazendo 1 aninho hoje e eu mudei o layout... Na sua página ainda está o mais antigo, como Algo Disso :)

    Beijos
    Geê - almaleitora.blogspot.com

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